sábado, 25 de julho de 2009

''Espaço de Convivência''

Inaugurado o ''Espaço de Convivência'': porta de entrada para a população em situação de rua
O Espaço de Convivência Jardim da Vida funcionará como alternativa para quem se recusa a ir a outros Centros de Acolhida. Ao contrário dos albergues, não será necessário preencher fichas ou tomar banho.


Um modelo inédito de atendimento aos moradores em situação de rua foi inaugurado nesta sexta-feira (24/07) pelo prefeito de São Paulo. É o Espaço de Convivência Jardim da Vida - Dom Luciano Mendes de Almeida, criado para funcionar como porta de entrada para quem se recusa a ir aos Centros de Acolhida.

Projetado no formato de uma tenda, no Parque Dom Pedro II, Centro, lá as pessoas em situação de rua podem desenvolver atividades educativas e lúdicas, usar os sanitários, chuveiros, além de receber encaminhamentos para atendimento social e de saúde.

Ao contrário dos albergues, no novo espaço os usuários não precisam preencher as fichas como também não têm a obrigatoriedade de tomarem banho, fatores que muitas vezes afastam as pessoas do atendimento.

Instalado em uma área de 100 metros quadrados, na esquina da avenida Rangel Pestana com o Viaduto 25 de Março, próximo da AMA Sé, o Espaço Convivência Jardim da Vida oferece atividades como jogos de tabuleiro, aparelho de televisão, além do serviço de elaboração de cartas aos familiares dos moradores em situação de rua. O lugar será administrado por meio de convênio pela Associação Aliança de Misericórdia.

O novo equipamento dispõe de educadores e assistentes sociais, das 9h às 21h, que colocarão à disposição dos usuários os serviços da rede socioassistencial, como encaminhamentos para Centros de Acolhidas, AMAs e retorno à cidade de origem.

Os educadores também irão auxiliar os freqüentadores a entrar nos programas de transferência de renda da Prefeitura. Nos outros horários o local continuará aberto para a comunidade.

O prefeito explicou que a entrega do novo espaço marca uma inovação no atendimento aos moradores em situação de rua. "Este espaço de convivência representa um avanço extraordinário para o atendimento dos moradores de rua aqui no Centro", dise.

"É a oportunidade que a Prefeitura procura dar a eles, mostrando que existe um espaço que pode ser considerado uma extensão da rua, pois muitas pessoas em situação de rua entendem que a rua como casa", continuou o prefeito.

Ele ainda ressaltou a necessidade de se criar um ambiente onde os moradores em situação de rua se sintam à vontade, para que possam receber orientações no campo da saúde e da assistência social e, desta maneira, possam ingressar na rede de socioassistencial da Prefeitura. O poder municipal irá avaliar esta experiência para analisar a expansão deste modelo em outras regiões da cidade.

A secretária de Assistência e Desenvolvimento Social e vice-prefeita disse que a criação do Espaço de Convivência Jardim da Vida representa uma mudança no atendimento para uma população que precisa ser incluída. "Esta administração ousou em criar algo novo", resumiu.

E explicou: "Quem conhece o mundo dos moradores de rua sabe que existem vários tipos de moradores. Existem aqueles que estão há quatro ou cinco dias na rua, como aqueles que estão há anos."

Ela disse ainda que os agentes sociais estão orientados a mostrar uma saída para este público.

"Há grupos de moradores que não aceitam a aproximação dos agentes da Secretaria da Assistência Social. A maioria diz que não gosta de albergue porque não consegue tomar banho. Este é o nosso público alvo desta obra. É esta pessoa que nossos educadores vão batalhar para convencer que andem 150 passos da Praça da Sé até este local, que será de descanso, de jogos, de tevê e tem banheiros. Aqui ninguém será obrigado a fazer nada, mas se quiserem tomar banho vão receber um kit com toalha, sabonete e roupas usadas em bom estado. Este local vai oferecer uma relação humana saudável para quem mora na rua", falou a vice-prefeita.

O secretário da Saúde relembrou que, nos 10 distritos da região central, foi criado o programa de agentes comunitários da Saúde especializados em trabalhar com as pessoas que vivem em situação de rua. "Este trabalho foi um aprendizado para todos nós e, com isto, estamos aprendendo como melhorar a abordagem da saúde para esses moradores em condição de rua. Isto nos levou a criar o Serviço de Atenção Integral ao Morador de Rua e Usuário e Dependente de Álcool e Droga", falou.

"O trabalho dos nossos agentes em parceria com os educadores da Smads ajudou a localizar a ocorrência de álcool e droga entre a população de rua, que é o dobro da incidência no restante da cidade. Criamos esta semana o programa Centro Legal que envolve o Estado e o Município, e em dois dias tivemos mais de 350 abordagens nesta área. Destas abordagens, 70 pessoas aceitaram o encaminhamento para nossos quatro ambulatórios e destes, 12 pessoas aceitaram ser encaminhadas para internação", continuou o secretário.

Um comentário:

  1. Conheci projeto pessoalmente, fiquei muito feliz da maneira que vcs fizeram a nova abordagem a este público... Parabéns, Parabéns...

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